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Único mamógrafo da rede pública do Amapá está quebrado há dois anos

15 de fevereiro de 2017

Falha fez o Amapá ter a 2ª pior cobertura de mamografias do país. Sesa diz que vai consertar aparelho até o fim do primeiro semestre de 2017.

Um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) mostra a dura realidade da falta de um aparelho para exames de prevenção ao câncer de mama na rede pública do Amapá.
O estado teve o segundo pior resultado na cobertura de mamografias no país. Apenas 3,6% das mulheres entre 50 e 69 anos fizeram o exame em 2015, ficando atrás somente do Distrito Federal, com abrangência de 1,7% para a mesma faixa etária.
O indicador tem relação direta com o único mamógrafo do estado na rede pública do Amapá. Ele está sem funcionar há pelo menos dois anos, e ficava no Hospital de Clínicas Alberto Lima (HCAL), em Macapá. A previsão da Secretaria do Estado da Saúde (Sesa) é de colocá-lo para funcionar até o fim do primeiro semestre de 2017. Além disso, o governo diz ter solicitado mais um aparelho ao Ministério da Saúde.
Enquanto um equipamento não é reparado e o outro não chega, as amapaenses têm que buscar a rede particular pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No Amapá, apenas um hospital particular está conveniado para este tipo de exame.
“Em função da paralisação do serviço, fizemos um convênio com o hospital São Camilo para ofertar mamografia para o estado. Então, atualmente estamos realizados 200 mamografias por mês”, disse a coordenadora de doenças crônicas, Fadiane Silva.
Em razão da disponibilidade de pouco mais de seis exames por dia pelo SUS no Amapá, a diarista Francisca Silva, de 56 anos, faz parte dessa triste estatística de mulheres que lutam para fazer uma mamografia.
Para retirar dois nódulos de ambos os seios, a diarista teve que se desfazer de tudo o que tinha para sair do Amapá em busca de um tratamento. Para acompanhar a doença, foi recomendada a realização de exame anual de mamografia, mas a dificuldade para conseguir o procedimento no estado apenas aumenta a preocupação causada pela dor que sente nas mamas.
“Tinha uma casa, que vendi, e algumas coisinhas mais em conta que eu tinha. [A justificativa que dão é de que] não está fazendo exame porque o mamógrafo está quebrado. Estou preocupada. Dói [os seios]”, disse, aflita.

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