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Rotina de paciente com câncer de mama vai muito além de manter a esperança de cura

9 de outubro de 2015

Desconhecida da grande maioria, realidade de quem tem a doença em estágio avançado mostra complicações em todos os âmbitos da vida  

Todo diagnóstico é sempre motivo de apreensão para o paciente. Quando o assunto é câncer então, a expectativa do antes, do durante e a projeção do depois muda completamente o estado psicológico e emocional do indivíduo. No caso do câncer de mama avançado, essa relação fica ainda mais difícil, pois os sentimentos das pacientes se misturam entre a incerteza do que pode ocorrer e a necessidade de continuar a vida normalmente.

Além de receber a notícia, assimilar a realidade dura, focar no tratamento e manter a esperança, a paciente ainda precisa enfrentar as outras situações da rotina que também são impactadas pela doença. Uma pesquisa recente com cerca de 1300 mulheres, feita em 12 países, incluindo o Brasil, avaliou como o câncer de mama avançado pode interferir nos relacionamentos da pessoa acometida em situações de convívio familiar, social e profissional.*

Entre as brasileiras, a pesquisa mostrou que 74% das pacientes tiveram a saúde emocional negativamente afetada, interferindo no seu cotidiano. Duas em cada três pacientes afirmaram que sentem menos vontade de participar de determinadas atividades, especialmente as sociais e de lazer. Para 42%, o relacionamento com seus parceiros também sofreu impacto negativo. Outro impacto importante é o financeiro. Quase todas as participantes, 92%, afirmam que precisaram adaptar seus gastos por conta da doença e 66% das brasileiras precisaram parar de trabalhar por um determinado período.

“O dia a dia das pacientes com câncer de mama, principalmente em estágio avançado, é muito duro e desconhecido da maior parte das pessoas. Mais do que reunir forças para enfrentar e lutar contra a doença em um momento que o emocional está fragilizado, essas mulheres sofrem muito nos âmbitos familiar, social e profissional”, reforça a oncologista Maira Caleffi, presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama).

Femama e “Para Todas as Marias”

 

A Femama – Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama – instituição que atua no sentido de influenciar a formulação de políticas públicas que ampliem direitos de acesso de pacientes à atenção à saúde da mama, lança uma nova campanha. Intitulada “Para Todas as Marias”, a iniciativa visa garantir o direito igualitário ao tratamento para o câncer de mama avançado no Brasil.

 

A campanha pretende gerar mobilização e conta com uma forte presença digital. O site www.www.paratodasasmarias.com.br reúne informações sobre direitos da paciente com câncer de mama avançado, vídeos que trazem depoimentos de pacientes e um geolocalizador com a indicação de instituições filantrópicas de apoio a mulheres com câncer de mama em todo o país. A página do Facebook “Para Todas as Marias” tem como objetivo permitir maior interação entre todos os públicos, especialmente pacientes, que buscam nas redes sociais um canal para trocar experiências e levantar informações.

 

Referência *

 

Pesquisa “Count Us, Know Us, Join Us”.  A pesquisa foi conduzida via internet pela Harris Interactive, em nome da Novartis Oncologia, entre 08 de outubro de 2012 e 15 de março de 2013.

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