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Pacientes esperam até três anos para fazer ultrassom em Sorocaba (SP)

29 de maio de 2017

A espera por um exame de ultrassonografia na rede municipal de saúde pode chegar a até três anos na cidade. Segundo levantamento feito pela Secretaria da Saúde de Sorocaba para o jornal Cruzeiro do Sul, atualmente a fila de espera por exames de ultrassom soma 20.577, e as guias mais antigas são de 2014. Ainda de acordo com os dados divulgados pela pasta, dentre todos os tipos de ultrassonografias feitas na rede municipal de saúde, as que possuem maior demanda são ultrassom transvaginal e ultrassom de mama. A Prefeitura afirma que o tempo que leva para o atendimento varia para cada tipo de exame.

“Em geral, o agendamento pode ser dentro do prazo de um mês, sempre que houver alguma recomendação médica para priorizar o caso ou, não havendo apontamento de prioridade, a guia vai para a fila de espera”. A administração pública informa ainda que “um dos fatores que influenciam este tempo de espera é o não comparecimento dos pacientes ao exame agendado. O índice médio de faltas chega a 25%”.

A Secretaria da Saúde cita que “a atual administração recebeu a rede municipal com uma demanda reprimida na área de especialidades, exames e procedimentos”. Segundo a pasta, gestões estão sendo feitas para ampliar a capacidade de atendimento e reduzir a fila.

De acordo com a Prefeitura, até janeiro os exames de ultrassom eram feitos em unidades públicas e credenciadas, mas atualmente são oferecidos apenas nos hospitais Santa Lucinda e Santa Casa, na Policlínica Municipal de Especialidades e Ambulatório Médico de Especialidades (AME). “Os contratos antigos venceram em janeiro e estão em estudo para recontratação”, afirma.

Para tentar diminuir a demanda e a fila de espera, no último dia 24, a Secretaria da Saúde informou que está organizando mutirões de atendimento, sendo um deles previsto para o dia 3 de junho, na Policlínica, além de eventos semelhantes nos bairros, com previsão de início dos atendimentos em julho, com a primeira etapa no Jardim São Guilherme, na zona norte da cidade. A pasta afirma que o objetivo dessas ações é zerar a fila de espera para esses atendimentos.

Na fila

Sidneia Felix dos Santos, 43 anos, moradora no bairro Cajuru, aguarda há sete meses para fazer um exame de ultrassom de mama, que foi solicitado pelo acompanhamento médico que ela faz há cerca de quatro anos, na Unidade de Saúde da Família (USF) do bairro. Ela conta que tem histórico de câncer de mama na família e necessita fazer o ultrassom em função de dois nódulos encontrados na mama esquerda. “A gente fica com medo de ser algo mais grave e não conseguir fazer o exame que o médico pediu. Até quando vou ficar esperando?”, reclama.

Sidneia conta ainda que há quase um ano também aguarda por consulta com um urologista, que também foi solicitado por meio do acompanhamento médico que ela faz na USF do Cajuru. “Nem ultrassom e nem consulta com especialista. A gente fica esperando, vai lá no posto perguntar e nada. Os funcionários só sabem falar para continuar aguardando”. Além disso, Sidneia afirma que também tem pressão alta e colesterol, e já está pensando em fazer o ultrassom de mama na rede privada. “A mamografia eu já consegui fazer, mas o ultrassom estou esperando há sete meses e nada”.

 

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul, 28/05/2017

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