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Fila de espera por cirurgia de mama chega a 159 no DF

31 de julho de 2017

Desde 2014, a rede pública de saúde do Distrito Federal oferece cirurgia de reconstrução de mama para mulheres que passam por mastectomia – retirada dos seios no combate ao câncer de mama. Na época, o governo afirmou que a reconstrução seria feita junto com a cirurgia para a retirada do tumor. No entanto, não é o que ocorre na maioria dos casos: há 159 mulheres sem mamas à espera da reconstrução.

De acordo com informações da Secretaria de Saúde do DF, atualmente quatro instituições realizam a operação. Até a última semana, o Hospital de Base foi o que mais realizou cirurgias este ano. Foram 76, mas 23 seguem na fila de espera. Já o Hospital Regional do Gama teve o menor desempenho: apenas 3 procedimentos.

O Hospital de Sobradinho é o único sem fila, realizou 24 operações. Diferente do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), que, apesar das 28 reconstruções, tem uma lista de espera que chega a 122.

O HRAN é uma das referências em cirurgia na mama, sendo um dos hospitais pioneiros na área. A coordenadora de reconstrução da unidade, Nádia Almeida, reconhece que o cenário não é o ideal. “São muitos pacientes em relação ao que a gente consegue atender, ainda mais atualmente que tem faltado muita coisa”, afirmou.

Ainda de acordo com a médica, algumas reconstruções podem ser feitas junto com a retirada do tumor, mas na maioria dos casos o procedimento é divididos em etapas, que podem chegar a até quatro operações. “Há um tempo que precisa ser respeitado entre as etapas. A conclusão pode levar até dois anos. O normal seria terminar em um ano”, explicou.

Pacientes que já passaram por alguma etapa têm prioridade na fila. No HRAN há seis médicos aptos a realizar a cirurgia, sendo três exclusivos para isso.

 

Espera

Maria Nazaré de Assis Filgueiras, de 50 anos, espera pela cirurgia no HRAN há dois anos. “Me sinto muito triste porque acho que a gente deveria ser melhor tratada pelo governo, que precisa ver as mulheres com mastectomia com mas carinho”, conta a paciente.

Nazaré afirma que não tem condições de fazer a cirurgia na rede particular. Enquanto espera, diz que sente a diferença no corpo principalmente na hora de vestir roupas. “Significa muito, de qualquer forma faz falta”, lamenta.

 

Lei

Lei publicada neste mês determina que todas as mulheres mastectomizadas sejam encaminhadas automaticamente para a reconstrução, sob multa de até R$ 10 mil para quem descumprir a regra. A lei entra em vigor até outubro.

 

 

Com informações de Jornal Destak, 30/07/2017

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